CĀMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA |
Proposição: | PLEI - Projeto de Lei Número: 89/2014 - Processo: 7167-00 2014 |
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JUSTIFICATIVA: | |
IMBEL - Fábrica Juiz de Fora, sua história A Fábrica de Estojos e Espoletas de Artilharia (FEEA), localizada em Juiz de Fora, foi criada pelo Governo Getúlio Vargas por meio do Decreto 23.264, publicado em 20 de dezembro de 1993. A FEEA seria encarregada da produção de estopilhas para bombas de avião e de estojos e projeteis de artilharia e bombas de aviação. Um ofício foi enviado ao general Constâncio Duchamps Cavalcante, comandante da 4a Região Militar, sediada em Juiz de Fora, e ao então prefeito da cidade, Pedro Marques. O documento solicitava a doação de um terreno à União para a construção da FEEA. Em 9 de agosto de 1934, foi lançada a pedra fundamental fábrica. A primeira edificação, a recepção de trotil, foi entregue em 10 de maio de 1935. Naquele mesmo ano, no dia 25 de julho, o então presidente Getúlio Vargas inaugurou a garagem, o almoxarifado e mais quatro prédios. Toda a fábrica foi inaugurada em 22 de março de 1938, mas em janeiro de 1937 já estava pronta a primeira produção de estojos. A Segunda Guerra Mundial teve reflexos diretos sobre a fábrica. Em 1939, por determinação do Ministério da Guerra, a FEEA passou a se chamar Fábrica de Juiz de Fora. Em 1942, o Brasil declara guerra às nações do Eixo e a produção da Fábrica de Juiz de Fora aumenta consideravelmente. Os homens convocados para a luta nos campos da Itália abriram espaço para a força de trabalho das mulheres. Naqueles anos o número de operárias era bem superior ao de homens. No dia 7 de março de 1944, uma grande explosão na Oficina 4 causou a morte de 14 operários, entre os quais 11 eram mulheres, e ferimentos em mais de uma centena de pessoas. A Fábrica de Juiz de Fora trouxe um grande desenvolvimento para a Zona Norte da cidade. Naquele tempo, os acessos eram muito ruins, quase não havia ônibus e o transporte dos operários era feito pela ferrovia. Em 1949, foi inaugurado o Cine-Theatro Auditorium, com a projeção do filme Asas do Brasil, com Oscarito. No ano seguinte, a fábrica ganhava um ginásio destinado aos filhos dos operários. A unidade abrigava no seu interior uma escola para a comunidade, uma maternidade e mais tarde um clube social, a ABCR, que existe até hoje. Em 1975, uma nova mudança no processo administrativo. Em 14 de julho foi criada a Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL). Tratava-se de uma empresa pública vinculada ao Ministério do Exército. Dois anos depois, o Decreto 79.659 extinguiu os estabelecimentos fabris do Exército e todos os seus bens foram transferidos para a IMBEL. Nos anos de 1980, houve uma grande ampliação na produção com a associação da IMBEL à Engesa, quando foi incorporada a tecnologia de montagem da família de munições de 90 milímetros, usados sobre veículos blindados. As vendas, assim como o número de empregados chegaram a níveis jamais alcançados anteriormente. A década seguinte foi marcada pela estagnação. Em 1993, ocorreu a falência da Engesa, mas um ano antes, a IMBEL retomava a unidade de Juiz de Fora. Apesar disso, a crise se instalou. Muitos funcionários perderam seus empregos e outros ficaram muito tempo sem receber seus salários. A produção de munição foi diversificada. Passou-se a produzir munições de vários calibres, granadas de bocal para fuzil FAL para o Exército Brasileiro, além de carregamento de bombas incendiárias para Força Aérea e foguetes Ar-Terra, conhecidos como SBAT-70. O ano de 1997 foi muito importante. A IMBEL-FJF conquistava a certificação ISO 9000 e hoje busca novas certificações que vão possibilitar o fornecimento de produtos para a Força Aérea. Neste ano em que completa 80 anos de história, a IMBEL resgata parte de sua tecnologia. Três novas prensas, sendo a maior delas com 2.200 toneladas, devolvem a IMBEL a fabricação de estojos, que deixaram de ser produzidos nesta unidade há décadas. Este investimento de cerca de R$ 12 milhões vai representar uma grande economia de custos e, principalmente, autonomia de produção.
Palácio Barbosa Lima, 20 de maio de 2014. |